Familiares da PM morta durante ocorrência em SG pedem justiça

Vanessa era lotada no 35 BPM (Itaboraí)e, segundo sua tia,
estava na corporação há três anos
Fotos Divulgação

Sepultamento da Saldado Vanessa da Conceição de Oliveira, de 24 Anos, aconteceu ás 17 h, em São Gonçalo

Familiares da soldado Vanessa da Conceição de Oliveira, 24 anos, lotada no 35º BPM (Itaboraí), que morreu durante uma ocorrência na área do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, após entrar, por engano, na comunidade, na madrugada deste domingo, pediram justiça e criticaram a falta de sinalização na estrada que dá acesso à localidade, enquanto aguardavam a liberação do corpo da policial no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó. O sepultamento aconteceu neste domingo (12), às 17 horas, no Cemitério Parque Nycteroy, no bairro Vista Alegre, em São Gonçalo.

“A estrada não tinha sinalização alguma. A Vanessa e o outro policial que estava com ela, na viatura, não conheciam a área. Eles acabaram se perdendo e entrando no Complexo do Salgueiro. A polícia precisa tomar uma atitude, o criminoso que eles perseguiam tem que ter preso e os que atiraram neles também”, desabafa a tia da policial,  Rosemery Nepomuceno. 

De acordo com Rosemery, Vanessa estava há três anos na corporação, e seu sonho sempre foi ingressar na Polícia Militar. A PM era casada há cinco anos. “A Vanessa tinha um orgulho enorme de ser policial, não temos parentes na polícia, e ela não teve influência de ninguém para entrar na corporação. Ser policial sempre foi o sonho dela desde menina. E agora acontece essa tragédia, mas nós não desistiremos. Todos os envolvidos terão que pagar pelo que fizeram e vamos até o fim buscar justiça pela minha irmã”, diz Sabrina Conceição Pereira, de 20 anos.

O comandante do 12 BPM (Niterói), Fernando Salema, comentou a morte de Vanessa.

"Infelizmente, perdemos essa jovem e competente policial, que já serviu sob meu comando no 35º e 7º BPM e, por fatalidade, solicitou sua transferência para Itaboraí, e vem se despedir dessa vida justamente em São Gonçalo. Quem conviveu com a Vanessa nessa curta trajetória está sentindo essa perda. Policial competente que conheci ainda na UPP, mas fazendo RAS (Regime Adicional de Serviço) no 35º BPM para complementar sua renda e construir seus sonhos em Unamar, onde concluiu a construção de sua casa com todo o sacrifício. Quis o destino que ela viesse para o 7º após a minha chegada, justamente para ajudar o batalhão em sua trajetória vitoriosa. Nunca poderia imaginar que aquela linda baixinha sorridente, um dia pudesse me entristecer. Ela partiu cumprindo nosso juramento de sacrificar a própria vida. Agora descansa nos braços do Pai enquanto lamentamos sua perda. Fica com Deus, Vanessa!", diz Salema. 

Segundo a polícia, Vanessa e o outro agente teriam iniciado uma perseguição em Itaboraí que se estenderia até o bairro de Palmeiras, em São Gonçalo, na área do Complexo, para uma ocorrência de roubo de carro. Ainda de acordo com a polícia,  Vanessa e o PM que a acompanhava na viatura teriam entrado, por engano, no Salgueiro. Ao chegarem no local, foram surpreendidos por traficantes que fizeram vários disparos contra a viatura. 

Ainda de acordo com a polícia, na tentativa de fugir dos disparos, a viatura capotou e a policial teria se ferido gravemente ao bater com a cabeça em uma pedra. O PM que estava com Vanessa teria conseguido escapar e se esconder em uma casa nas proximidades do local do capotamento. 

Segundo policias, houve intensa troca de tiros e o veículo blindado da PM, o caveirão e viaturas de apoio do 7º Batalhão foram acionados para dar cobertura aos policiais e resgatá-los. De acordo com a polícia, Vanessa não teria sido atingida pelos tiros, mas morreu com traumatismo craniano em consequência do acidente. Ela ainda foi levada para o Hospital Estadual Alberto Torres, mas não resistiu aos ferimentos.

A viatura foi levada ao pátio do 35º BPM, onde, segundo a PM, passou por perícia na manhã deste domingo. Por meio de nota, a assessoria da PM informou que O 7º BPM vai continuar realizando operações na região e o caso está sendo investigado pela 74 DP (Alcântara).