Um empresário, um pedreiro, e uma das figuras mais conhecidas de Maricá
estão entre as vítimas
A população pode ser de valiosa ajuda para a delegacia de Maricá
desvendar os homicídios que ficam cada vez mais numerosos no município. Os mais
recentes são os que vitimaram o comerciante Carlos Henrique Araújo Santos, mais
conhecido como “Henrique Surf”, Denílson Carola dos Santos, popularmente
chamado de “Denílson Parapente”, o pedreiro Jordão Batista dos Santos Filho
e de Renata Frazão, que pode ter sido morta por engano. Quem tiver
informações que levem à captura dos envolvidos, deve ligar para (21) 3731-9958
ou 3731-9965. Os casos estão sob investigação e o que a sociedade
aguarda é agilidade para se descobrir os culpados e entrega-los à decisão da
Justiça, acabando com o estado de impunidade que impera no Brasil.
O “Primo”
Denílson Parapente era considerado pelos amigos um sujeito
legal, íntegro. Foi mais uma vítima da violência que vem assustando a população
pacata de Maricá. Aos 39 anos, era dono de um restaurante na Serra do Camburi,
onde ele operava também o serviço de Parapente e voo livre que se desenvolve no
local. Familiares e amigos não sabiam de nenhuma inimizade que pudesse leva-lo
à morte.
No dia 02 de março, “Primo”, como também lhe chamavam, foi vítima
de um ato de crueldade. Seu corpo foi encontrado na mata nos fundos da casa
onde morava, na serra, com sinais de espancamento. Espanta imaginar quem
poderia tê-lo matado desta forma, considerando que era tido como um homem de
boa índole e bom porte físico. Não havia marcas de tiros e nem de armas
brancas. Ele foi espancado até perder a vida. A primeira dedução é que se tratou
de acerto de contas, mas ninguém conhecia o envolvimento de Primo com nenhuma
ação ilícita e ele não tinha registro de passagem por delegacias.
Familiares informaram à polícia que quatro homens invadiram a
casa, trancaram a esposa dele no banheiro e o levaram para o matagal. Foi assim
que a filha ao chegar em casa encontrou a mãe: assustada e trancada. Os
assassinos levaram na fuga o Toyota Hilux, placa LCB 6149 Maricá-RJ, ano 97/98.
Policiais Militares do Patrulhamento Tático Móvel (PATAMO), da 4ª Cia de Maricá,
estiveram no local, mas não havia pistas que levassem a suspeitos. O carro
também não foi localizado.
Pelas
redes sociais e durante o sepultamento, todos só elogiavam o caráter da vítima
e não sabiam de nada que o desabonasse. Chegou a se levantar a hipótese de que
ele teria recusado a oferta de traficantes que pretendiam fazer na área uma
boca-de-fumo.
Lucas Azevedo
Na restinga de Maricá foi encontrado o corpo de um homem
aparentando 26 anos de idade, já em estado de decomposição. Pescadores chegaram
ao local porque havia a presença de muitos urubus na área. Sem documentos, ele
foi identificado como sendo Lucas Azevedo Clemente. Quatro cápsulas de calibre
12mm foram encontradas nas proximidades. Ele usava brinco, vestia camisa preta
e calça jeans e calçava tênis.
Comerciante
Carlos Henrique Araújo Santos tinha 32 anos, morava no bairro de
Ponta Negra e era proprietário de uma loja de roupas localizada no Centro de
Maricá, no andar acima da Ortobom. No dia 12 de março, uma quinta-feira, ele
dirigia seu veículo pela RJ-106, ao lado da irmã. Por volta das 19h45, quando
passava no KM 32, no bairro Bom Jardim, uma moto se aproximou do veículo e o
condutor, de posse de uma arma, atirou na cabeça de Henrique, que morreu na
hora. O carro desgovernado foi parar na cerca de uma fazenda. A irmã não foi
atingida e pediu socorro. Agentes da Guarda Municipal e da Secretaria de
Segurança de Maricá passavam no local e acionaram o resgate médico. O Corpo de
Bombeiros chegou rápido, mas já não havia nada a fazer.
A irmã revelou que o condutor da moto estava sozinho e deu o tiro
fatal. Apenas uma bala, de acordo com informações da Polícia Militar. Até o
momento, o motivo da execução é desconhecido.
Jordão Batista
Outro caso sob investigação é da execução do pedreiro Jordão
Batista dos Santos Filho, de 20 anos, que aconteceu na Rua Tocantins,
Loteamento Itaocaia Walley, no bairro Itaipuaçu, no dia 20 de março. De acordo
com a família, ele havia recebido a ligação de alguém na noite anterior,
interessado em um orçamento para construção de um muro. O pedreiro saiu pela
manhã, provavelmente para encontrar a pessoa que o contatou. Às 11h, avisou a
esposa, por telefone, que o carro tinha quebrado perto da entrada de Itaocaia.
A informação seguinte que a esposa recebeu é que ele tinha sido assassinado na
Rua Tocantins, próxima à Rua Aporé.
As informações a respeito são de que dois homens que chegaram até
ele numa Honda Biz puxaram-no do carro para o meio da rua e o mataram a tiros.
Os estampidos foram ouvidos por alguns vizinhos. “Dão”, como era carinhosamente
chamado, está em investigação e precisa de testemunhas para ajudar a
desvendar.
Renata Frazão
No dia 25 um novo crime abalou a cidade. Por volta das 12h30, um homem
armado, conduzindo uma moto Honda CG Vermelha, usando um capacete também de cor
vermelha, chegou no trailler Lua Nova, e disparou cinco tiros contra a
proprietária Renata Frazão Pereira, de 35 anos de idade. O socorro foi acionado
e a vítima ainda chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Ela foi
conduzida para o Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), em São Gionçalo (RJ),
mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu. As balas atingiram Renata
no tórax, axila, braço, pescoço e abdômen.
A
polícia acredita que Renata tenha sido morta por engano. O trailler fica
localizado na Rua Zumbi dos Palmares (Rua 01), em frente à Praça dos Gaviões,
em Itaipuaçu.
Duas mortes
e uma testemunha
Assassinos deixaram pistas que facilitaram as investigações dos
assassinatos de Fábio Viana Canella, em Maricá e Paulo César da Silva Menezes
na cidade vizinha de São Gonçalo, ocorridas na madrugada do dia 15.
Pelo que levantou o delegado Júlio César Mulatinho e o
investigador da 82ª DP, José Renato Oliveira, quatro amigos que bebiam em um
bar da praça de São José do Imbassaí, saíram do local em um automóvel Citroen
C-4, mas ao invés de seguirem em paz para casa, deixaram um rastro de sangue
por onde passaram.
No percurso eles encontraram Carlos Augusto Rocha da Silva, de 24
anos, que estava de posse de uma trouxinha de maconha. Obrigaram o rapaz a
comer o entorpecente. Foram flagrados por Fábio Viana Canella, de 24 anos e
resolveram matar a testemunha que ainda tentou fugir, mas recebeu quatro tiros
de um dos homens que estavam no Citroen. Morreu no local, na Rua Albertino de
Oliveira Lopes em São José do Imbassaí, em Maricá.
Carlos Augusto conseguiu escapar e pediu ajuda no DPO de São José.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e o rapaz foi conduzido para o Hospital
Municipal Conde Modesto Leal.
Segundo ainda a apuração da polícia, um dos quatro que ocupavam o
Citroen teria apenas pego carona até Inoã onde morava, e terminou sendo outra
vítima fatal. Paulo César da Silva de Menezes, de 40 anos, o carona, não
participou da violência do grupo, pretendia denunciar os criminosos e foi mais
uma testemunha “apagada”. Ele foi morto com dois tiros na cabeça. O corpo foi
encontrado pela manhã na Estrada de Ipiiba, em São Gonçalo.
Por conta de todas as pistas, a 82ª DP chegou aos assassinos
imediatamente e já encaminhou o caso para a Delegacia de Homicídios de Niterói,
Itaboraí e São Gonçalo (DHNITSG). Um dos envolvidos no duplo homicídio foi
preso no dia 19 e os demais estão sendo procurados.
Fonte: Gazeta RJ
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