Ana Beatriz tinha três meses quando foi socorrida |
No dia 2 de junho, um grupo de crianças do maternal do Centro Educacional da Lagoa fez uma visita ao Museu do Quartel Central do CBMERJ. Entre elas estava Ana Beatriz, de 3 anos, que trazia uma carta de agradecimento ao Corpo de Bombeiros escrita pela mãe, adona de casa e advogada Ingrid Amália da Silva. No dia 19 de agosto de 2011, Ana Beatriz, então com 3 meses de vida e sofrendo de refluxo, broncoaspirou o leite que havia tomado. A menina parou de respirar e a família, com ajuda de vizinhos, saiu de táxi em busca de socorro. No caminho, avistaram o quartel do Corpo de Bombeiros do Humaitá, onde pararam em busca de ajuda e foram prontamente atendidos por militares, sendo um deles a então 2ª tenente enfermeira Gisele Lima. Em pouco tempo a menina foi colocada dentro de uma ambulância, onde os militares conseguiram desobstruir as vias áreas de Ana Beatriz, que voltou a respirar. “Eu sabia que ali ela teria o melhor atendimento de salvamento que alguém poderia lhe dar, e se havia alguma chance de sobreviver, aqueles profissionais conseguiriam fazer Ana Beatriz respirar”, diz um trecho da carta de Ingrid. A criança foi então encaminhada pelos bombeiros ao HospitalMunicipal Miguel Couto, onde a médica de plantão constatou que Ana Beatriz sofria de alergia alimentar múltipla, e não apenas um refluxo como havia sido diagnosticado inicialmente pela pediatra da menina. Apesar dos quase dez minutos de parada respiratória, Ana Beatriz não teve sequelas. Atualmente ela está melhor da alergia alimentar, mas ainda tem alimentação restrita quanto à ingestão de corantes. “Aquele atendimento não só trouxe-lhe de volta a vida, mas possibilitou que descobríssemos a causa de seu sofrimento e tanto choro...Ela é apenas uma das milhares de pessoas salvas diariamente por profissionais dedicados e honrados, que não desistem facilmente de uma vida, por mais remota que pareça a possibilidade de sobrevivência”, finaliza a carta. Abaixo, segua a carta na íntegra: " Rio de Janeiro, 02 de junho de 2015 Ao Quartel Central do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro Carta de gratidão Hoje, dia 02 de junho de 2015, há entre essas lindas crianças do maternal II uma que foi marcada de forma especial pela atuação e dedicação do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Vale a pena contar brevemente a história dela, e dizer, obrigada, muito obrigada por tudo! Eram onze e meia da noite do dia 19 de agosto de 2011. Fazia frio e eu, Ingrid Amália da Silva, mãe de Ana Beatriz, acabava de chegar de uma feira de roupinhas de bebê. Ana Beatriz contava com apenas 03 meses de idade e estava sofrendo com um forte refluxo, dificuldade para se alimentar e fortes dores abdominais. A quantidade de roupas sujas com os vômitos era tão grande, que mamãe saiu para comprar mais bodys de mangas compridas. Ao chegar em casa peguei aquela linda menina no colo, ela sorriu pra mim, deu um suspiro e parou de respirar em meus braços!!! Dessa vez o refluxo havia sido broncoaspirado sem ao menos se transformar num vômito. A vovó mais experiente prestou os primeiros socorros e conseguiu tirar um pouco do leite que obstruía as via aéreas, mesmo assim Ana Beatriz não voltava a respirar. Os olhos começaram a ficar sem brilho e inertes. Num ato de desespero peguei-a nos braços e tentei pegar um táxi. Os vizinhos vendo que eu estava sem condições de pensar, foram atrás de mim com o carro, e seguimospara levar aquele bebê sem vida ao hospital. Ela não tinha qualquer reação, e em fração de segundos tinha a certeza que perderia aquela princesa que em apenas 03 meses de existência havia mudado toda minha vida. No caminho avistamos o quartel do corpo de bombeiros do bairro do Humaitá. Eu sabia que ali ela teria o melhor atendimento de salvamento que alguém poderia lhe dar, e se havia alguma chance de sobreviver, aqueles profissionais conseguiriam fazer Ana Beatriz respirar. Ao pedirmos socorro na porta do quartel imediatamente vieram oficiais e um médico, que de forma muito rápida a colocaram dentro de uma ambulância, desobstruíram as vias aéreas e me disseram com alegria: calma, ela está respirando! Ana Beatriz foi conduzida à UTI do hospital Miguel Couto. Lembro-me que a oficial que a carregava no colo cantava para ela, lhe fazia carinho e dizia: que menina linda e boazinha. Naquele atendimento a médica de plantão na UTI foi categórica em afirmar o que os médicos até então achavam ser exagero meu: Ana Beatriz sofria de alergia alimentar. Foram quase 10 minutos de parada respiratória, sem nenhuma seqüela neurológica! Aquele atendimento não só trouxe-lhe de volta a vida, mas possibilitou que descobríssemos a causa de seu sofrimento e tanto choro. A partir daquele dia aquele bebezinho tão pequeno começou a ter o tratamento adequado e a alimentação compatível com a severa alergia alimentar que sofria. Hoje Ana Beatriz está aí alegre, eufórica para conhecer o corpo de bombeiros, sempre tão falado em nossa casa, pois são lembrados sempre que a história de sua vida é contada. Ela leva consigo uma bolsinha com lanche e poderá comer normalmente. Ela é apenas uma das milhares de pessoas salvas diariamente por profissionais dedicados e honrados, que não desistem facilmente de uma vida, por mais remota que pareça a possibilidade de sobrevivência. A vocês a eterna gratidão dessa mãe, que viu a filha morta e a teve de volta nos braços, por causa de profissionais sensíveis e habilidosos que não mediram esforços para trazer de volta à vida aquele bebezinho de apenas 03 meses. Que Deus abençoe vocês e que sejam instrumento de esperança e alegria a muitas famílias! Obrigada, muito obrigada! Ingrid Amália da Silva Mãe da Ana Beatriz, dona de casa, advogada, e profunda admiradora dessa corporação. " Fonte: CBMRJ |
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