quinta-feira, 25 de junho de 2015

Pescadores se queixam de perseguição e pedem que Chiquinho ajude a aprovar lei de pesca

Durante reunião com o presidente da Câmara Municipal de Maricá, vereador Chiquinho, com a presença do vereador Bubute, e do secretário Executivo de Chefia de Gabinete da Prefeitura Manoel Carlos, pescadores de Ponta Negra reclamaram que se sentem perseguidos pelos órgãos ambientais e solicitaram um instrumento de lei que normatize a atividade e os equipamentos que podem ser usados na função. Chiquinho se prontificou a agilizar a avaliação e aprovação de uma Minuta que já existe na casa e fazer contatos com os comandos dos órgãos ambientais para buscar medidas mais urgentes até que seja formatado um ordenamento para pesca no município.

De acordo com eles, suas redes são apreendidas com frequência, de forma aleatória, por falta desse dispositivo legal. Os pescadores não se conformam com o modo como são tratados pela fiscalização ambiental. O argumento das autoridades é que as redes são de malhas proibidas para a pescaria. “Não são permitidas para pesca de camarão as de 60 e 25, mas estão levando qualquer uma, de 70, 80, alegando que estamos agredindo o meio ambiente. O pescador tem que se sustentar e sustentar a família com a pesca”, defendeu o presidente do Conselho Fiscal da Associação de Pescadores de Ponta Negra. Ele acrescenta que cada malha é usada conforme o tamanho do pescado. Quando é para capturar Olho de Cão ou Pescadinha, o ideal é 40, e para Corvina de tamanho grande é usada a 70.

Desde 2012 foi realizada a minuta de uma instrução normativa com base em leis (10.683/2003, 11.598/2009), decretos (6.981/2009) e portarias federais, definindo tamanhos de malhas permitidas para a pesca de peixes e camarões, áreas proibidas para a atividade (áreas sob pontes e da Lagoa Brava) e uso de embarcações nas lagoas de Maricá.

Este último item também é alvo de queixa dos pescadores. “O pescador de Ponta Negra não pode usar um motor 15, tem que entrar na água só com motor 40. Até nisso eles perturbam a gente”. 
O documento foi elaborado há cerca de três anos durante um encontro entre pescadores e representantes de órgãos ambientais, incluindo Ibama e Inea, na Câmara Municipal de Maricá. “Eu vim aqui pedir para que o presidente ajude a aprovar a lei que já tem a minuta pronta”, apelou o presidente do Conselho.

Na última semana de março foi preso o presidente da Associação dos Pescadores de Ponta Negra, Valdeci Costa, e, segundo ele se queixa, de forma injusta. "Me prenderam no meio da lagoa. Eu estava cumprindo a lei que foi passada pra mim pela secretaria. Como presidente eu não iria dar mau exemplo, eu estava com a malha adequada e ele não me respeitou. Estou todo documentado. Tenho 35 anos de carteira e pesco desde os 10 anos. Se não favorecer os pescadores a atividade vai acabar. Todo mundo está sendo preso. As operações acontecem até três vezes ao dia. Estamos sendo caçados igual a bandidos". São cerca de 150 pessoas na atividade, que dependem da captura de pescados para manterem as famílias.

A Minuta será reavaliada e caso nenhum item se conflite com leis federais, ela será apreciada pela Câmara Municipal e depois de aprovada seguirá de novo para o Ministério da Pesca, em Brasília. O secretário Carlos Manoel lembrou que isso foi feito na época e encaminhada para o então ministro Marcelo Crivella. Como não prosseguiu os trâmites esperados, será mais uma vez repetido todo o processo, para que Maricá possa ter um ordenamento da atividade pesqueira, assim como já existe em Araruama e Saquarema.

Como se trata de procedimentos que demandam tempo, o presidente da Câmara anunciou a formação de uma comissão de vereadores e representantes de pescadores e da Prefeitura para levarem um abaixo-assinado até os comandos dos órgãos ambientais, para entrarem em um acordo a respeito de ações mais flexíveis, que permitam os pescadores continuarem exercendo as atividades, já com base na Minuta. 

Também serão procurados órgãos de Justiça para formalizarem um acordo com o mesmo sentido. 
Os pescadores também reclamaram que quando as redes são apreendidas, imediatamente são queimadas pela Delegacia de Maricá. O presidente da Câmara informou que já há um entendimento com o delegado Júlio César Mulatinho da 82ª DP, para adotar outra ação e devolver o material aos proprietários, desde que seja enviada à Delegacia a lista de nomes dos pescadores de Maricá.

Redação: Marinete Barros

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