Igreja de São José do Imbassaí corre risco de desabamento se não houver contenção de encosta.
Uma grande fenda na encosta do lado direito do terreno da Igreja de São José do Imbassaí, fundada em 1675 por frades beneditinos, ameaça o monumento que foi núcleo original do município. A igreja fica próxima ao Rio São Bento (Canal da Costa), erigida em colina na antiga Fazenda São Bento, que deu origem a Maricá.
Segundo o administrador da paróquia, Antônio Magalhães, o desgaste do terreno iniciou há cerca de 10 anos, com o aumento das construções irregulares na área, porém se acentuou há pouco mais de um ano, com as chuvas que atingiram Maricá e parte do Estado do Rio, em abril do ano passado. “Este ano, já houve pequenos deslizamentos de terra no talude, fato que nos preocupou bastante pois o terreno começou a ficar mais oco, devido à perda de terra e vegetação da encosta”, disse.
Interdição
Elza Ferreira Paula, 64 anos, há seis moradora da localidade e freqüentadora da igreja, depois de ouvir nas missas do pároco Pedro de Oliveira Moraes, constantes pedidos de ajuda à comunidade de material para as obras de contenção da encosta, procurou o vereador Helter Ferreira (PT), morador do bairro, e que comunicou o fato ao prefeito Washington Quaquá, acionando este imediatamente a Defesa Civil, para as devidas providências, participando a inspeção o engenheiro Ronaldo Goulart e o subsecretário de Assuntos Federativos do município, o também engenheiro Renato Silveira.
Segundo o subsecretário, a primeira medida será a interdição, por parte da Defesa Civil, de uma casa abandonada que foi construída no sopé da encosta. Para o engenheiro, a fundação dos alicerces provavelmente contribuiu para abalar a estrutura do terreno já comprometido pelas chuvas, causando mais deslizamentos e ameaçando a segurança da igreja.
“Depois de interditada a casa no sopé do terreno, se dará início ao processo de recuperação, com o estudo de impacto feito por nós, seguido de abertura de licitação de obras para empresas especializadas em solos. Acredito que o modelo mais indicado para esse tipo de obra seja o de “gabião”, quando são construídos diversos patamares de contenção com vigas em forma de “L”, em concreto armado, que criam uma resistência multiplicada, eliminando com maior segurança, os riscos de desabamento. Mas isto será definido pela empresa que ganhar a licitação. O que importa é que o processo seja o mais ágil possível, devido à urgência do caso”, disse Renato.
O vereador Hélter Ferreira declarou que entrou em contato com o Chefe do Executivo, assim que soube do fato. “Como representante da comunidade, da qual inclusive sou morador, procurei colocar o prefeito a par da situação para que fossem tomadas as providências cabíveis. Além disso, estamos disponíveis para ajudar no que for preciso”, enfatizou.
Foz do Rio São Bento será dragada
Outra intervenção que está para acontecer na área é a dragagem da foz do Rio São Bento (Canal da Costa). A medida é iniciativa do vereador Hélter Ferreira (PT), junto ao INEA, através do setor de Recursos Hídricos da antiga Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA).
O Rio São Bento inicia no Recanto (Itaipuaçu), onde, através das águas do Oceano Atlântico, recebe o nome de Canal da Costa. Atravessa cerca de quinze quilômetros de curso pela APA de Maricá (restinga), atravessa a Lagoa Brava e desemboca em São José do Imbassaí, no sopé da colina onde se situa a capela, hoje igreja, núcleo de fundação da povoação de Maricá.
As chuvas fortes do ano passado e deste ano, deslocaram uma grande quantidade de aluvião (detritos do rio) e areia da lagoa, formando uma coroa que impede a livre passagem das águas, atrapalhando também a passagem das embarcações de pescadores da comunidade, que ali trafegam diariamente. Para atender à reivindicação da categoria e dos moradores, que vivem em função da atividade, o vereador solicitou a dragagem.
“Estou aguardando apenas a resposta do setor, para a vinda da máquina que fará o serviço”, adianta. Segundo o pescador Adilson Azevedo, o “Diu”, 64 anos, bisavô e morador há 20 anos no local, “a lagoa ainda dá peixe, embora a poluição esteja tomando conta. O ideal era dragarem pelo menos uma vez por ano a foz do canal, para o peixe correr mais fácil. Ainda pegamos robalo, tainha, bagre branco e amarelo, acará e tilápia, mas não na mesma quantidade e tamanho do que quando cheguei aqui. A poluição está acabando com a lagoa. Fazer o quê? Vivemos disso. A solução, além da dragagem, é a educação ambiental da população”, finaliza.
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