Aos 81 anos, Ruth Joppert vive um drama inusitado. Desde que o seu marido Ireval Joppert faleceu em 2007, é obrigada a viver da caridade da família. Moradora de Maricá há 24 anos, Dona Ruth explica que em 1997, seu marido entrou na Justiça pedindo revisão da aposentadoria com pagamento de valores atrasados e a subseqüente atualização. Porém, acometido do Mal de Alzheimer, Ireval acabou passando para ela a incumbência de receber os seus proventos.
O processo continuou se arrastando na Justiça até que Ireval faleceu em 2007. De lá para cá, Dona Ruth não teve mais o benefício, apesar de ter entregue todos os documentos necessários para a atualização na Justiça. Ela conta que estava esperando o resultado do processo e ficou surpresa quando, depois de dois anos, a representante do Ministério Público do Estado do Rio emitiu um parecer informando que a requerente havia morrido. Agora, a luta de Ruth é para provar que ainda está viva e precisando do benefício.
“Minha advogada já levou para a Justiça uma declaração de que estou viva e em plenas condições de saúde mental. Eu espero que a Justiça me conceda tudo o que tenho direito o mais rápido possível. Se eu estou nessa casa aqui é porque a minha família me ajuda. Tenho minha sobrinha, que é como uma filha, que me assiste mesmo de longe. Se eu me visto, calço, como, tomo remédios, se eu vou a médico, tudo é ela que cuida de mim”, afirma a viúva.
O advogado Pedro Ricardo Queiroz explicou que Dona Ruth deve, com urgência, informar nos autos que está plenamente apta à sucessão de seu marido na autoria do processo para o recebimento dos valores, corrigindo-se assim o equívoco que suspendeu o processo. Ele faz um alerta:
“É importante que todos os cidadãos acompanhem com atenção o andamento dos processos dos quais fazem parte, mantendo uma relação próxima com seu advogado, evitando a ocorrência de situações inusitadas como a de Dona Ruth”, explicou Pedro Ricardo.
Dizem que amor de carnaval desaparece na fumaça. Mas no caso de Ireval e Ruth, o ditado não se aplica. O casal conheceu a cidade durante a folia de Momo e se encantou pelo jeito interiorano e por suas belezas naturais.
“Eu adoro Maricá, isso aqui é uma maravilha. O que nós precisamos é de bons governantes, gente que tenha responsabilidade com tudo para não ter tanta gente pobre por aí”, apregoa Ruth.
Apesar da luta na Justiça, Ruth não perde o jeito extrovertido e recebeu a equipe do Jornal Gazeta em sua casa, no Condado, com muita gentileza e simpatia. Para ela, o mais importante é a alegria de viver.
“Eu acho que a pessoa tem que estar sempre alegre, sorrindo. As dificuldades fazem parte da vida, mas devemos agradecer sempre a Deus tudo o que nós temos. Temos momentos difíceis, mas sem Deus ninguém é nada. Então alegria, alegria, sorria meu bem!”, ensina a voz da experiência.
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