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Gazeta – Deputado, gostaria que o senhor falasse das eleições municipais, mas antes disso fale um pouco sobre a duplicação da RJ-106.
Paulo Melo - O Governo do Estado do Rio tem um grande projeto de expansão da sua malha viária, na qual vem investindo e se habilitando com um grande espaço fiscal. Conseguiu com organismos internacionais e com o Banco do Brasil o maior empréstimo já feito ao governo estadual, na ordem de R$ 3, 6 bilhões. E dentre as prioridades está incluída a duplicação da RJ-106 no trecho compreendido entre Maricá e Sampaio Corrêa, com um túnel para a Serra do Mato Grosso, numa obra avaliada em quase R$ 500 milhões. O processo de consulta pública está sendo feito. O governo pretende fazer uma PPP (Parceria Público Privada) e eu acho que no ano que vem nós já estaremos lançando o edital de licitação desta obra.
Gazeta - E qual é o prazo de conclusão da obra?
Paulo Melo - É uma obra que leva de 2 a 3 anos para conclusão, pela complexidade do túnel.
Gazeta - A obra próximo à Ponta Negra faz parte do projeto da RJ-106?
Paulo Melo - Não, ali é para evitar acidentes, tendo em vista que é travessia de uma auto estrada e o DER (Departamento de Estradas de Rodagem), com recursos próprios, já está executando uma alça de saída e entrada de Ponta Negra. Não tem nada a ver com a duplicação da RJ.
Gazeta- Os municípios vão passar por eleições agora, gostaríamos que você fizesse uma análise, começando por Maricá. O senhor acredita na vitória do Ricardo Queiroz?
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Paulo Melo- Eu sempre acredito nos projetos em que eu me envolvo. Eu tenho uma grande responsabilidade com o povo maricaense, e um acordo político com o ex-prefeito Ricardo Queiroz. Acredito no seu projeto e entendo que ele representa o melhor para Maricá, com a proposta do novo. Isso não quer dizer que o novo seja melhor e o velho seja ruim. Ricardo reúne dentre os candidatos as melhores condições para dirigir o município de Maricá nesse novo rumo. É inadmissível que Maricá, com a arrecadação que tem hoje, seja um município rebocado pelo atraso. Nós precisamos ser rebocados pelo progresso. Eu acho que o motorista do progresso é Ricardo Queiroz.
Gazeta - A equipe do Jornal Gazeta esteve em Saquarema e registrou a qualidade das obras que são feitas ali. A prefeita Franciane Motta também está disputando a reeleição.
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Paulo Melo- O dinheiro público tem que ser tratado como você trata o seu. Você não entra numa loja e paga o preço de uma roupa nova por uma roupa velha. Com o dinheiro público você também não pode fazer isso. Você tem que tratar o dinheiro público como se fosse tirado da sua carteira, da sua conta bancária. A Franciane tem dado uma demonstração inequívoca de competência, respeito e zelo pelo dinheiro público. É inadmissível, para se ter uma ideia, com um quinto do orçamento de Maricá, Franciane construiu cinco escolas, reformou e ampliou todas elas. É só conferir a qualidade de construção, e a duplicação do número de vagas em creches, construiu novos postos de saúde, está reformando um dos principais postos de saúde da cidade, a duplicação dos postos de saúde de Saquarema e Sampaio Correa. Franciane construiu praças, tem projetos sociais avançados como o Cartão da Cidadania, um transporte universitário de qualidade, levando aproximadamente mil universitários para estudarem fora de Saquarema a custo zero para o estudante. Lançou o projeto “Escola Aberta”, onde os universitários pagam uma vez por semana com atendimento à população as benesses que recebem. Franciane fez planos de cargos e salários para os professores e para os demais profissionais da Prefeitura, demos aumento salarial para os professores e funcionários. Franciane dá uma contrapartida alta nas obras do Governo do Estado, para se ter uma ideia, o hospital que vai custar 50 milhões, a Prefeitura está colocando 20%, ou seja, 10 milhões. No asfaltamento de ruas, 10%, ou 12 milhões, em um orçamento municipal que é de 120 milhões. Isso pra uma cidade é muito pouco, mas está sendo empregado com qualidade, zelo e economia. Nós economizamos só com gasolina nesses três anos e meio em relação ao governo passado, R$ 5.300.000,00 (cinco milhões e trezentos mil reais) e isso faz com que se tenha dinheiro para aplicar. Como disse, dinheiro público, antes de tudo, tem que ser tratado com respeito.
Gazeta- Um dos grandes problemas na região é a qualificação dos jovens. O que tem sido feito para mudar isso?
Paulo Melo – Em Saquarema isso não acontece. Franciane conseguiu com a minha ajuda, logicamente junto ao governo do Estado, a maior escola técnica do Estado do Rio de Janeiro e a segunda maior do Brasil. Nós temos a maior formação de mão de obra qualificada em todos os ramos, mas, em especial, no de petróleo e gás e no metal-mecânico. Já temos três mil alunos na escola técnica, inclusive muita gente de Maricá, de Araruama, Rio Bonito e até São Gonçalo. O nosso papel no sentido de promover a qualificação estamos fazendo, agora os municípios podem ajudar, principalmente os que têm a benesse dos royalties do petróleo, poderiam também desenvolver mão de obra qualificada.
Gazeta - E em Araruama, onde o prefeito André Mônica tenta também a reeleição, como você vê que será a disputa por lá?
Paulo Melo- É uma eleição dura. O André é um cara qualificado. Ele empreendeu uma política de austeridade com zelo pela coisa pública. Ele tem um jeito, jeito dele, muito tímido, e isso lhe custou um preço alto. Ele saiu das ruas, mas esta voltando a fazer um desafio para comparar o seu trabalho e a verdade é que ninguém fez em Araruama o que o André fez até hoje. O Governo do Estado tem uma forte parceria e hoje eu acho que o lema de qualquer administração é parceria, sem parcerias não se consegue nada e o André tem as parcerias, inclusive com o Governo Federal. Nós já fizemos mais de 40 milhões em obras lá e pretendemos fazer 100 milhões em obras, o governador está empenhado na sua campanha e eu tenho a absoluta certeza de que o povo de Araruama quer também continuar rumo ao progresso, quer continuar para frente e com o André mais uma vez prefeito de Araruama.
Gazeta - Há um número maior de jovens entrando na política e eles falam muito no seu nome, que tem servido de exemplo a ser seguido, pela sua história de vida. O que você tem a dizer a eles?
Paulo Melo - Não sou nada de diferente, apenas trabalho, o resto é tudo consequência do trabalho. Eu espero que as pessoas não se deslumbrem com o poder, o poder é efêmero. O que se tem é de trabalhar, não é exigir o respeito por ser autoridade, mas trabalhar para que todos tenham respeito porque são cidadãos e eu trabalho para isso. Acredito na juventude, eu sempre digo nos meus discursos, que eu li uma vez em um muro já amarelado pelo tempo uma frase que dizia assim: “Ser jovem não é um privilégio e sim uma responsabilidade”, e é uma responsabilidade. Eu recebi no gabinete da Presidência, estudantes de Administração da Fundação Getúlio Vargas e eu disse para eles, a importância do jovem participar, não adianta só o jovem protestar, que todo protesto é um direito próprio da juventude. A juventude tem que participar, a juventude verdadeira é aquela que participa do processo de transformação e ninguém é mais legítimo para transformar, para levar ideias de transformação que a juventude. Eu fico muito feliz quando vejo um jovem enveredar pelo caminho da política, porque ele deixa de criticar e passa a oferecer algo para ser criticado, mas também porque passa a oferecer soluções para a sociedade em que ele vive.
Gazeta- Qual o engajamento do governador Sérgio Cabral nesses municípios aonde tem PT e PMDB disputando os votos?
Paulo Melo- O governador é do PMDB, ele foi eleito pelo PMDB e governa com uma gama de aliados e isso é no governo. No processo eleitoral, o governador é militante do PMDB, ele deixa de ser general para ser soldado e um soldado luta pelo seu exército. Nosso exército é o PMDB e logicamente existem guerras que nós lutamos com determinados partidos e em outros lugares nós enfrentamos determinados partidos. Então, aonde tem candidato do PMDB, o PMDB é o candidato do governo.
Gazeta- Como ele vê a eleição do Ricardo Queiroz em Maricá?
Paulo Melo- Com muito otimismo. O governador quer ganhar onde tem o PMDB e nós queremos ganhar. Não tem problema algum depois governar com quem ganhou a eleição, mas se depender da vontade do governo o vitorioso é Ricardo Queiroz.
Gazeta- No Rio de Janeiro, o Eduardo Paes com uma vantagem muito significativa, o senhor está otimista com a vitória no primeiro turno?
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Paulo Melo- O Eduardo Paes está em vantagem significativa pelo trabalho. Eu acho que nós não temos precedente de um prefeito que tenha trabalhado tanto como o Eduardo Paes. Ele ressuscitou projetos que já adormeciam a anos em gavetas, em armários. Os projetos estão sendo executado e está fazendo uma transformação urbanística, uma transformação de mobilidade, uma transformação viária, uma transformação paisagística do Rio de Janeiro, ele está resgatando a autoestima do povo do Rio de Janeiro, o que o Sérgio já fez na questão da segurança. O Eduardo Paes é exemplo de trabalho, de otimismo, de dinâmica, é um cara que chega às vezes num desastre antes da Defesa Civil e o povo tem reconhecido isso, claro que o Rio é uma cidade polêmica, uma cidade com uma cultura avançada, um celeiro de intelectuais, do conhecimento e da ciência. Tem muitos críticos, muita crítica no dia a dia, mas todos eles reconhecem que o Eduardo mudou isso, mudou e é fruto da mudança. Como dizia Einstein, só existe um lugar onde o sucesso está na frente do trabalho, é no dicionário. Nós trabalhamos sempre esperando que o trabalho encontre o sucesso e não que o sucesso encontre o trabalho.
Gazeta - Gostaria que você deixasse sua mensagem aos eleitores que vão dia 7 de outubro mais uma vez às urnas.
Paulo Melo- Eu sempre sou criticado quando dizem que político não presta, mais errado que político é o eleitor que vota sem saber em quem está votando. Na realidade quando você vota em um político, você delega uma procuração, você está dando direito a que alguém possa gerir. Esse negócio de reclamar depois que o político não presta, não funciona. O político é eleito por voto. Na época da ditadura, um governo quando queria nomear alguém ia ao Congresso. Nas eleições diretas, somos nós que elegemos , somos nós que temos que saber. Essa questão de ficha limpa ou ficha suja, isso é meio paradoxal, relativo, porque você mais do que ninguém conhece o candidato da sua cidade. O exemplo é a cidade de Maricá, cujo governo era criticado duramente. Será que a administração melhorou tanto de lá para cá, ficou tão boa assim?! Então, não adianta reclamar depois se alguém reconduz quem não merece ser eleito. Você, que tem legitimidade para mudar essa situação, se não exerce essa legitimidade, perde o direito de cobrar depois. O processo eleitoral é um processo que legitima a sociedade, que dá às pessoas mais simples o direito de escolher o melhor para sua vida, de caminho menos tortuoso, o de mais progresso. Depende de você, no dia 7 de outubro, mudar a situação, e é com seu título de eleitor que você pode chegar lá, demitir, admitir um novo funcionário, pode demitir quem não te serviu e admitir quem você acha que vai ser um bom funcionário. Só depende de você.
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012
ENTREVISTA : Deputado Paulo Melo, presidente da ALERJ
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