(Reprodução do Facebook) |
- Na semana que antecedeu ao jogo, eu sentia ansiedade, emoção e expectativa. No dia do jogo, abriram o Maracanã às 12h30m e eu fui o primeiro da fila. E o meu jogo era às 17h! Quando fui entrando no Maracanã, vieram as lágrimas. Parei e pensei: “Não acredito que estou aqui”. E mandava mensagens para todo mundo, colocava fotos no Facebook para mostrar a todos os meus amigos que eu estava lá. E jogo de copa do mundo! A gradeço a Deus pela oportunidade - disse o padre, que nasceu na pequena cidade de Natividade da Serra, que tem apenas sete mil habitantes e atualmente mora em Tremembé.
Alan contou, ainda, que, mesmo sem torcer por nenhum dos times, ele comemorou os gols James Rodriguez pela Colômbia:
- Pelo menos vi gols!
O padre - que tem 9 anos de batina - não irá a outros jogos. Mas ele disse acompanhar todos os lances da Copa do Mundo pela TV, pelo computador e pelo celular. Deixar de lado o Mundial, somente em caso de qualquer urgência profissional. Fã de futebol desde criança e torcedor do São Paulo, Alan contou que, apesar de estar achando o futebol da seleção fraco, acredita no título.
- Sempre acredito no Brasil, torço muito. Não está jogando um futebol que mereça, mas as outras equipes não estão encantando também. O Brasil tem camisa, joga em casa, tem torcida, por isto acredito. Além disso, tudo que é difícil e sofrido a gente dá mais valor - disse.
Padre Alan ainda aproveitou para dar conselhos a Felipão:
- Felipão: coloque o padre Alan para jogar! Estou brincando. Reforce o meio de campo, tire Fred, Hulk, Oscar e Daniel Alves que não estão rendendo, mude o time, arrisque.
Quanto a uma seleção que ele não gostaria de ver campeã, a Argentina - país do Papa Francisco - foi a eleita.
- Mas quero muito que ela vá à final contra o Brasil. Quero pegar a França na semifinal e a Argentina na final. Depois do Brasil seria maravilhoso ver a Colômbia ser campeã, adorei a torcida colombiana, a alegria do povo, e o futebol bem jogado - disse.
Dois quilômetros de emoção
No Rio, o padre Alan se hospedou na casa da jornalista Eliane Belleza. Ela o acompanhou até o Maracanã e viu, de perto, a emoção do religioso. Nos dois quilômetros que separam a residência de Eliane do estádio, o religioso, segundo a jornalista, “tremia de emoção”.
- A emoção dele quando se aproximou do Maracanã foi indescritível. Quando ele viu a ponta do estádio, fez o sinal da cruz e rezou agradecendo a oportunidade de estar ali - contou ela.
Sofrimento pelo ingresso
A determinação de padre Alan em ir a um jogo da Copa começou no ano passado, quando iniciaram as vendas de ingressos para os jogos:
- Coloquei em meu pensamento: vou ver um jogo da Copa. Gosto muito de futebol seria uma oportunidade única de ver um jogo, nem que fosse de duas esquipes pequenas. E logo pensei: por que não no Maracanã? A partir daí minha expectativa e emoção aumentaram. Na primeira etapa de venda de ingressos da FIFA só era possível com cartão de crédito, eu não trabalho com cartão. Pedi a um amigo que tentasse. Veio a resposta frustrante: não consegui.
Na segunda fase de venda - quando o pagamento poderia ser feito com cartão ou boleto bancário -, o pároco decidiu tentar sozinho.
- Entrei (no site da Fifa) às 8h, fiquei numa fila virtual de espera de uma hora e meia. Já estava desistindo quando veio a confirmação de entrada no site para a compra dos ingressos. O primeiro lugar que entrei: Maracanã. E não tinha jogo disponível. Fiquei super triste, vi outros estádios e nada me chamava a atenção. Estava saindo do site, quando fui olhar pela última vez. Não acreditei: jogos de oitavas de final no Maracanã! Entrei e juro que, em três minutos, confirmei a compra, paguei o boleto e já estava com a confirmação da Fifa. Fiquei pulando de alegria aqui em casa e contei para todos os meus amigos. Todos viram minha alegria. Fui ao Rio de Janeiro buscar o ingresso e, quando peguei, chorei de emoção pela oportunidade - lembrou.
A Colômbia é adversária do Brasil no jogo desta sexta-feira, em Fortaleza. Só que, desta vez, a torcida não contará com a presença de padre Alan.
Fonte: Extra
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