Pesquisas recentes sobre leucemia podem
resultar em tratamentos para combater uma forma agressiva de câncer de mama. Uma equipe de
especialistas escoceses afirma que uma falha no gene RUNX1, responsável pela
leucemia, pode também estar por trás de outras formas de câncer, como o de
mama.
Testes realizados com 483 pacientes com uma forma agressiva de câncer de
mama mostraram que as que tinham um defeito no gene RUNX1 tinham quatro vezes
mais chances de morrer. Os resultados da pesquisa foram publicados na
publicação científica PLoS One.
Uma das pesquisadoras envolvidas no trabalho, Karen Blyth disse que a
descoberta abre a possibilidade de usar o gene defeituoso como novo alvo para
os tratamentos.
"Primeiramente, precisamos provar que esse gene é o causador do
câncer e, se este for o caso, então o que pode acontecer se conseguirmos
inibi-lo?"
"Há alguns medicamentos sendo desenvolvidos nos Estados Unidos para
atacar o gene RUNX1 em casos de leucemia. Se funcionarem podemos também
testá-los contra o câncer de mama", acrescentou Blyth.
Exame de sangue
O gene, no entanto, tem uma função importante para o funcionamento do
organismo. Ele pode ser vital para a produção de sangue, mas, dependendo das
circunstâncias, pode também desencadear ou suprimir a formação de tumores. Isto
significa que o uso de medicamentos contra o gene pode causar efeitos
colaterais.
Em outra pesquisa conduzida também por britânicos, especialistas da
University College London desenvolveram um simples exame de sangue que pode
identificar as chances de uma mulher ter câncer de mama mesmo que não tenha
predisposição genética.
Mulheres que carregam uma mutação no gene BRCA1 têm mais chance de
desenvolver o tumor. O novo exame foi capaz de apontar mudanças nas células
sanguíneas que indicam risco de câncer em mulheres que não apresentavam a
mutação genética.
Com isso, foi possível prever as chances de elas desenvolveram o câncer
muitos anos antes de os sintomas se manifestarem.
Matthew Lam, pesquisador sênior da instituição Breakthrough Breast
Cancer disse que os resultados são animadores e podem levar a mais descobertas
sobre formas de prevenir o câncer.
Fonte: BBC
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