Será realizada em todo o país a campanha que vacinará meninas, de 11 a
13 anos de idade, contra o HPV (Human Papillomavirus), um tipo de vírus
transmitido na maioria das vezes através da relação sexual e que causa o
câncer de colo de útero. Para isso, foi realizada nesta
segunda-feira (24/02), na Casa Digital, uma palestra - oferecida
pela Secretaria Municipal de Saúde - com o objetivo de capacitar
profissionais de educação, a fim de que os mesmos repassem as
informações aos pais, familiares, responsáveis e alunas. Promovida pelo
Ministério da Saúde, a vacinação será gratuita e vai de 10 de março
e a 10 de abril, em todos os postos de saúde e em algumas escolas. Após
esse período, o serviço continuará e fará parte do calendário nacional
de vacinação.
Texto: Amanda Neto | Fotos: Fernando Silva
São necessárias três doses da vacina. A primeira será feita no
período de campanha. A segunda dose será aplicada seis meses após a
primeira e a terceira (e última) será aplicada cinco anos após a
primeira dose. Claudia Souza, médica ginecologista, colposcopista e
subsecretária de Atenção Básica de Maricá destaca que, neste ano,
somente as meninas de 11 a 13 anos de idade serão vacinadas. "O HPV tem
maior atração em uma região específica do colo uterino chamada junção
escamo colunar, ou seja, um local onde não há definição celular. Dessa
maneira, a célula pode se transformar em qualquer outra, inclusive numa
célula cancerígena. Através da relação sexual a pessoa pode se
contaminar com o vírus HPV e, dependendo do tipo viral, pode provocar
uma modificação celular e causar o câncer. Com a vacina, esse risco
diminui cerca de 70%", completou.
A vacina será quadrivalente, ou seja, protegerá contra os dois
principais tipos virais que causam o câncer de colo de útero (16 e 18) e
também contra os que causam as verrugas genitais ou condilomas (11 e
32). Segundo Claudia Souza, a vacina não causa câncer, pois ela foi
produzida sem o DNA viral, ou seja, sem a estrutura responsável pela
multiplicação do vírus. “É como se você plantasse um mamão sem as
sementes. Mesmo que a terra seja fértil não haverá germinação, pelo fato
de não haver sementes”, afirmou.
Os diretores de escolas do município que participaram da palestra
tiraram as dúvidas e demonstraram vontade em ajudar na transmissão das
informações. Para Simone Reis, as informações serão transmitidas na
escola e também em casa, pois além de ser diretora, é mãe de uma
adolescente com treze anos de idade. “Vou vacinar minha filha. Quando
soubemos que vai ter essa vacinação, conversamos e ela está muito
animada, pois tudo que previne é necessário. A saúde é nosso bem mais
precioso. Quando há uma campanha como essa, a gente tem que abraçar”,
afirmou.
Quem também demonstrou satisfação foi o coordenador da educação em
saúde do município, Gilson Andrade. “Antes essa vacinação era somente
para quem tinha recurso, agora será disponibilizada gratuitamente. Tudo
que diz respeito a doenças sexualmente transmissíveis precisa de quebra
de tabus. Eles são quebrados à medida que as pessoas são
informadas”, disse.

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