terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Associação de Imprensa de Maricá repudia agressão a Mauro Luís

Associação de Imprensa de Maricá
TEXTO DE REPÚDIO DA ASSOCIAÇÃO DE IMPRENSA DE MARICÁ (AIM) À VIOLÊNCIA DE TODAS AS FORMAS E EM QUALQUER PARTE DO MUNDO
JE SUIS L’UMANITÉ
A intolerância é o ponto comum entre os casos Charlie Hedbo e Mauro Luis, ambos igualmente inadmissíveis

Se a covarde e gratuita agressão sofrida na madrugada do último dia 9 pelo jornalista Mauro Luis, repórter do site Maricá Info, não tivesse ocorrido com um representante da nossa imprensa, seria de qualquer maneira tão absurda, reprovável e criminosa como já o é. Por uma infeliz coincidência, o caso se deu na mesma semana em que o mundo se chocou com os terríveis eventos ocorridos na França, iniciados pelo ataque à redação do jornal de humor Charlie Hebdo, constante alvo de polêmicas naquele país. E o que mais une os dois casos para além do fato de ter atingido jornalistas? A resposta tem uma única palavra: INTOLERÂNCIA.
Com os colegas franceses, nós já sabemos que a intolerância é a mesma que já causou outras condenações à morte pelo mundo, como a do escritor Salman Rushdie (autor do livro ‘Os Versos Satânicos’) no fim dos anos 1980. Aquela em que grupos extremistas não permitem qualquer visão diferenciada da que é considerada ‘a certa’ por eles – basta lembrar as consecutivas atrocidades cometidas pelo grupo radical Boko Haran em países da África e quem nem sempre o mundo toma conhecimento. Ou seja, não é novidade – e é isso o que mais assusta no caso de Mauro Luís. Por quê ele apanhou daquela maneira no meio da rua? O que motivou a covardia de chutes na cabeça de um homem deitado e o sadismo de seus cúmplices filmando tudo?
Na verdade, o que assusta mesmo são duas constatações: a primeira é a de que NÃO HÁ MOTIVAÇÃO PLAUSÍVEL! E ainda que houvesse ela não seria justificável. A impressão que dá é que a sessão de tortura pública foi promovida por aquela quadrilha por um motivo (?) banal, coisa à toa mesmo. A segunda é o fato de que, aparentemente, Mauro Luis foi escolhido pelos agressores (um deles já conhecido por passagens pela Polícia) de maneira aleatória, como poderia ter sido com qualquer outro cidadão que estivesse no mesmo lugar naquela madrugada. Isso abre outra perspectiva preocupante, a de que todos sofremos com uma segurança pública deficiente, que não impede atos criminosos como este nem retira das ruas seus autores.
Assim como todos os órgãos de representação da imprensa no Brasil e no mundo (no caso do Charlie Hebdo), a Associação de Imprensa de Maricá também repudia de maneira veemente todos esses atos de verdadeira insanidade aos quais não apenas nossos colegas estão expostos, seja em Maricá ou em Paris. No entanto, o que nos parece é que não se trata mais de adotar posicionamentos do tipo “Eu sou CH” ou qualquer outra. Parece que é preciso lembrar que SOMOS TODOS HUMANIDADE, ISSO SIM! Em breve, defender-se em grupos de classes distintas não será mais suficiente como forma de repúdio. Melhor será nos defender a todos de maneira coletiva, gente do bem defendendo gente do bem, sejam muçulmanos xiitas ou sunitas, cristãos, testemunhas de Jeová, judeus, budistas...enfim, humanos, o que somos acima de qualquer outra coisa.

*Diretor de Comunicação da Associação de Imprensa de Maricá

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